No começo dos anos 2000， quando as locadoras de vídeo ainda não tinham começado a naufragarfortune tiger valores das cartas， era preciso resolver outra questão antes: o destino do VHS， substituído pelo DVD. Para a sorte de um desses estabelecimentos que ficava em Campo Grande， na zona oeste do Rio de Janeiro， havia a generosidade de Márcia.
A solução dada por ela para ajudar， como costumava fazer， foi comprar todas as fitas da locadora， cópias de "Titanic"， "Malcolm X"， "Matrix" e "Moulin Rouge"， entre outras， e levá-las para casa. "Praticamente todas. A gente tinha mais de 200 filmes na nossa casa porque ela simplesmente quis ajudar o dono da locadora e não deixar aquilo encalhado ali"， diz a filha， Gabrielli Thomaz， 31.
Era assim o jeito de Márcia Ferreira. No ano passado， ajudou a filha de uma vizinha a montar uma maquete de uma sala de aula para um trabalho escolar. "A mãe não tinha tempo， daí minha mãe passou a noite junto comigo para fazer essa maquete， com capricho e a preocupação de não parecer que era de um adulto"， diz Gabrielli. "Ela sempre gostou de artesanato， festa e enfeites. A casa sempre foi cheia dessas coisas."
Márcia Cibelli de Souza Ferreira (1960 - 2024)
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Arquivo pessoal
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Nascida no Rio de Janeiro， foi criada em diferentes bairros da zona norte. Márcia foi normalista， como era chamado o curso de formação de professores， e foi guiada pela vocação para o cuidado para o curso de serviço social.
"Lembro que em 2014 fui assaltada， daí fomos registrar o boletim de ocorrência e comprar um celular novo. Lá na delegacia tinha uma menina que havia sido estuprada. Minha mãe logo começou a conversar e dar suporte， como uma assistente social， mas fazia isso por se importar muito com o outro"， diz a filha.
Pouco depois de ela nascer， Márcia foi demitida do emprego. Mãe solo， passaria o resto da vida cuidando da mãe， Marly Constantino de Souza， 87， e da filha. "Sempre fomos eu， minha mãe e minha avó."
Apesar de se desdobrar para a família e dos perrengues financeiros， sempre achava um tempo para ir à praia， ao bar e às festas com amigos. Também curtiu a muito esperada apresentação do grupo britânico Deep Purple， no Rock in Rio， em setembro. Cantou， dançou e até teve a visão afetada pela névoa durante o show do Planet Hemp， lembra a filha， mas curtiu o dia inteiro.
Chances de ganhos a cada giro | Acesse e cadastre-se agoraMárcia morreu em 28 de novembro， aos 64 anos， após sofrer um infarto. Ainda no hospitalfortune tiger valores das cartas， ela pediu que Gabrielli anotasse a receita do mingau para dona Marly. Deixa a mãe， uma irmã e a filha.